terça-feira, 30 de outubro de 2012

Viagem à minha terra

29 de Setembro de 2012
Neste dia resolvi fazer uma visita à terra que me viu crescer, Cinfães, mais precisamente, aldeia do Pinheiro. Como já tinha feito várias vezes pela marginal (Castelo de Paiva) e que já é um belo empeno, desta vez resolvi ir por Arouca, pois era um desafio maior.  Saí bem cedo de casa e logo em Gaia, andei perdido à procura da N 222. 
Depois de algumas voltas lá dei com a estrada. Agora é só seguir a estrada e rumar a Arouca, mas... Não era bem assim, às tantas estava a chegar à barragem de Crestuma. Mais uma paragem a perguntar pelo caminho para Arouca "Ó meu amigo tem que subir isto outra vez e virar à esquerda. Mas olhe que ainda é muito longe!!!", disse um senhor que me indicou "um atalho" para lá. E que rico atalho, uma bela subida com uma riqueza de inclinação e como se não bastasse, era em paralelo. Lá se foi o conta km, que ficou perdido algures nessa subida, tanto era a tremeliquice... lá dei com a estrada certa e no final da manha estava em Arouca a tomar o segundo pequeno almoço numa esplanada no meio da festarola. Até aqui tudo bem, o pior estava para vir.
Seguiram-se uns valentes km a subir e uma longa descida, com paisagens fantásticas. Comecei a ficar preocupado com tanta descida, pois antevia subidas por aí... Paragem no final da descida para umas fotos junto ao Rio Paiva e volto a montar na bicla para subir até Alvarenga, a primeira verdadeira contagem de montanha. No final da subida, voltei a perder-me e chegado a Alvarenga voltei a perguntar o caminho para Cinfães ao que responderam "isso sobe para car****! Mas vai ter que ir para trás!!". Com tudo isto, somam-se mais 10km, ao que deveria ter feito. Nova subida para a Nespereira, já um pouco fatigado e depois para terminar com a cereja no topo do bolo, a longa e durissima subida (7,2km) para o Pêso. Acho que nunca sofri tanto em cima da bike, quanto mais subia, mais inclinada parecia a subida, mas lá consegui atingir o topo. Aproveitei a descida para relaxar um pouco, embora fosse uma descida algo técnica, para preparar a ultima subida para o Pinheiro, que se revelou uma dureza, mas com a motivação da chegada, foi feita a um bom ritmo. 



Uma última foto na "entrada" do Pinheiro e descida até casa onde a família me esperava, já com o almoço na mesa.
Foram 114 kms em 5h40, com muita dureza, mas com paisagens fantásticas para desfrutar da viagem. Com certeza irei repetir, mas com companhia.

Boas Pedaladas!!!!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Nepal 2011

Julho e Agosto 2011
Geografia
O Nepal está localizado no sul da Ásia, entre a China no norte e a Índia no sul, leste e oeste. Este país é dividido em três regiões geográficas principais: os Himalaias, a região média e a região TeraiO ponto mais alto do país é o Monte. Everest (8.848 m), enquanto o ponto mais baixo é na planície de Terai Kechana Kalan em Jhapa (60 m).
Costumes e religião
Os costumes e tradições são diferentes de uma parte do Nepal para outro. Um aglomerado está na capital Katmandu, onde as culturas se estão a fundir para formar uma identidade nacional. Kathmandu Valley tem servido como metrópole cultural do país desde a unificação do Nepal desde o Séc.18. Um fator de destaque num nepalês no seu dia a dias é a religião. Uma nova cor para na vida dos nepaleses são festivais, que durante todo o ano se celebram com muita pompa e alegria. Alimentação desempenha um papel importante na celebração destes festivais (assim como os custos das coisas que para os turistas triplica).
A maioria dos nepaleses são ou hindus ou budistas. Os dois co-existiam em harmonia através de vários séculos. Buda é amplamente adorado por budistas e hindus do Nepal. Os cinco Dhyani Budas; Vairochana, Akshobhaya, Rathasambhava, Amitabha e Amoghasiddhi, representam os cinco elementos básicos: terra, fogo, ar, água e éter (?)...
 Para os mais curioso visitar:
--> http://welcomenepal.com/promotional/know-nepal/nepals-history/

Certo dia, em conversa, disse: "E umas férias no Nepal??" Todos se riram... O certo é que dia 27 de Julho de 2011 estávamos de partida para explorar esse país.
Kathmandu durbar square
Pashupatinah Temple
Chegados lá a confusão era total nas ruas de Kathmandu, típico de uma metrópole asiática. Aqui passamos os primeiros dias (2) da nossa estadia. Visitamos vários templos que aconselhamos a ir ver, o Swayambhunath temple ou Monkey temple; o Boudhanath temple, que tem uma Stupa fantástica e onde nos traz uma demonstração de paz incrível; o Pashupatinath temple, que é o crematório nacional e a durbar square de Kathmandu, onde havia umas festividades. Em todos estes templos é cobrada uma entrada, mas vale a pena gastar uns trocos para os ir visitar. Nas ruas de Thamel, zona mais "turística", são lojas atrás de lojas, numa oferta incrível do mais variado material para trekking e alpinismo a muito bons preços, é só ter a arte de negociar.
Boudhanath Temple
Swayambhunath Temple
Depois deste dias fomos para Pokhara, onde fizemos os primeiros 6 dias de Trekking, numa zona bem perto do Anaphurna. Foi uma experiência incrível, apesar do tempo não ser o melhor, mas vimos paisagens fantásticas. Durante todo o percurso fomos "atacados" por sanguessugas, algo que nos deixava sempre um pouco stressados e a chekar sempre se alguma nos tinha atacado. Valeram as paisagens para esquecer todo o resto... Neste trekking destacou-se o lodge de montanha, que era muito acolhedor e muito bem aquecido, pois lá em cima faz frio. Durante o percurso conhecemos uns franceses muito simpáticos com quem travamos conversa e viemos a saber que ela era descendente de portugueses. E aassim lá fomos matando saudades do nosso país e dos nossos costumes.
 Terminado o trekking seguimos para a "selva", localizada bem perto da fronteira com a India, em Chitwan, onde ficamos uns dias. Andamos de canoa num rio com crocodilos (LOUCURA) para fazermos um tipo de safari a pé para tentar ver os rinos e até mesmo tigres, mas... nada!!! No dia seguinte andamos de elefante e aí sim, vimos uns "rinos", mas que pareciam domésticos :)
 Voltamos a Kathmandu e no dia seguinte seguimos para norte, para fazer mais um treking (9 dias) pelo Langtang. A viagem para Dumche foi uma verdadeira aventura, especialmente os últimos km, em piso de terra, muito, mas muito agreste. Tivemos até que sair do autocarro tamanho foi o susto, mas fazia tudo parte da viagem. 95km e 9h depois chegávamos ao destino. No dia seguinte iniciamos o trekking e este foi bem mais duro que  anterior, visto termos atingido os 4750mts de altitude e andarmos vários dias acima dos 3000mts, o que não ajuda muito devido à privação do oxigénio. Neste percurso aconteceu-nos uma peripécia, como andávamos a dormir por 5€ nos Lodges de montanha, heis-nos chegamos a Gosaikunda, onde haviam umas festividades e nos cobravam a módica quantia de 50€ pela dormida... Uma loucura... e agora o que fazer??? Já com 2h30 de caminho (sempre a subir), vamos seguir ou ficar??? Optamos por seguir, o que se revelou mais sensato, até porque ganhamos um dia, mas a descida até ao seguinte lodge revelou-se bem durinha. Continuamos a descer até que num dos lodges conhecemos o Hugo (Holandês) e o Jhua (Filandês), dois amigos que andavam em busca de aventura. Dois aventureiros muito relaxados e sem nada programado, como eles diziam "amanha logo se vê o que vamos fazer". Depois de muitas horas de conversa ficamos a saber a coragem e a uma perspectiva diferente de ver a vida... Vivem a vida com alegria desprendida de valores e dos costumes... Lá seguimos o caminho rumo a Kathmandu e no penúltimo dia, andamos debaixo de chuva umas 2h até ao lodge, foi o dia mais longo de trekking e onde apanhamos as piores condições meteorológicas.

 Chegados a Kathmandu e com o ganho de um dia resolvemos ir visitar a Durbar Square de Patan, que se revelou fantástica com muita côr (e muita gente também), pois havia festa.Bebemos um belo chá no terraço de um café com vista sobre a praça e regressamos a Kathmandu, para no dia seguite voltarmos para Portugal. Ficou o desejo de lá voltar, pelo menos para ver o Everest (nem que seja de longe)!!!

Patan durbar square

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Bruges - Páscoa 2012

Abril 2012

 Resolvemos ir visitar Brugges nas férias da Páscoa. Uma viagem que já queríamos ter feito, mas só a podemos fazer agora finalmente... Bruges é uma cidade medieval no nordeste da Bélgica, província de Flandres. É uma cidade muito bem preservada e o centro histórico de Bruges é, desde 2000, Património da Humanidade, por ser um "excelente exemplo de assentamento medieval" tendo mantido as suas características ao longo da história.
História gloriosa, aliás. Bruges foi centro comercial e industrial já no século XIII. A indústria têxtil estava nos seus primórdios, e Bruges produzia lã, estabelecendo contato comercial com a Inglaterra. As coisas foram correndo bem, e no fim século XV Bruges tinha o dobro de habitantes de Londres. Era rica e poderosa, cidades italianas como Florença e Génova tinham embaixadas comerciais por lá e o porto estava atulhado de navios com mercadorias de toda parte.Sim, Bruges tinha Porto!
O porto da cidade hoje fica um pouco longe de Bruges e foi construído só no século XIX! Nessa época, Bruges tinha ligação com o mar por um canal, o Zwin. Porém, o canal estagnou e perdeu o acesso ao mar durante o século XV, deixando Bruges isolada. O comércio parou, Antuérpia e o seu porto foram enriquecendo, e Bruges acabou tão estagnada quanto as águas que um dia a haviam ligado ao mar. E por uns 400 anos assim ficou.
Depois apareceu Waterloo, onde Napoleão perdeu a Guerra e que fica perto de Bruxelas, os turistas ingleses começaram a ir lá e passavam por Bruges. Até que houve um escritor publicou um romance, Bruges-la-Morte (Bruges, a morta), que acabou por ressuscitar a cidade como centro turístico e é do turismo a cidade vive hoje em dia.



Foram 4 dias muito bem passados nesta bela cidade com paisagens muito bonitas, com uma cidade limpa e cuidada, debaixo do clima invernal... Fizemos belas caminhadas pela cidade, visitando vários monumentos, um passeio de barco pelos canais de Bruges e uma subida ao The Belfry, com uma vista soberba sobre o a cidade e o The Markt (praça central), onde foi filmado o filme "In Brugge". E ainda uma volta de bike pela cidade no último dia Melhor não podia ser!!! Fica aqui algumas fotos para abrir o apetite.

 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Caminhos de Santiago 2012

Carnaval 2012
Eu e os meus 2 compinchas, o Carlos (Lota) e o Lopes (Lopeky) resolvemos fazer o Camiño Português de Santiago (o central), mas com as biclas de estrada. Com a saída prevista para Sábado, 18 de Fevereiro, bem cedo, surge o primeiro imprevisto, marcaram-me encontro de Desporto Escolar para essa manha e em Rates. Ficou a saída adiada para o final da manha, mas que foi inicio da tarde (13h). Marcado o encontro na bomba da Repsol da Maia, reuniu-se então ot rio Odemira... Partimos e lá fomos seguindo as setas amarelas, passamos por estradas que não conhecemos, mas que se revelaram uma bela surpresa, acima de tudo pelo pouco fluxo automóvel.
Paramos para a foto na ponte romana do Ave onde nos deslumbramos com a paisagem. Montamos nas "burras" e fizemo-nos ao caminho... Uma subidinha para aquecer e siga até Rates, onde supostamente deveríamos carimbar a credencial do peregrino. Mas como não estava lá ninguém, assim como no albergue, rumamos a Barcelos onde "almoçamos". Após uma ligeira refeição seguimos até Ponte de Lima. Passamos no albergue para carimbar a credencial e pedir informações para irmos para Rubiães, (houve também quem perguntasse se o albergue tinha cobertores... mas não tinha!!!), visto não termos as setinhas a indicar o caminho.  Sim, isto de vir por estrada tem muito que se lhe diga, certas alturas ficamos sem indicações e é seguir o instinto... ou não!!! Lá nos deram as indicações e voltamos ao caminho, mas o errado... Voltamos à ponte sobre o Lima e perguntamos a uns locais, que ainda nos baralharam mais. Como já estava a ficar tarde resolvemos ficar a dormir mesmo em Pte de Lima. Voltamos ao Albergue para tomar um banho bem
quente e deixarmos as nossas coisas, mas havia um problema, não tínhamos saco-cama... Liguei para o meu Tio Carlos, que lá nos emprestou um saco-cama e umas mantinhas para a malta se aquecer. Pedimos também uma dica para jantar e de preferência bem... La os indicou o Katequero, onde embrulhamos uma bela francesinha para retemperar as forças. Depois do jantar siga para o ninho que amanha esperam-nos 150km até Santiago...
Já foste...
                                                2º dia
Alvorada às 6h30... mais cedo um pouco devido ao barulho dos "vizinhos" e às 7h estávamos à procura de um café para tomar o pequeno almoço com um frio de rachar. O único aberto era o café central... Entramos e rapidamente tomamos o pequeno-almoço para nos fazermos à estrada... Subidinha para Rubiães, nada melhor para aquecer. Cada um no seu ritmo lá fomos subindo pedalada a pedalada. O ritmo estava
bom e até tempo havia uns telefonemas. Chegados ao Albergue de Rubiães depois de uma descida gelada, lá colocamos mais um carimbo na credencial. Siga para Valença com mais uma subidinha seguida de uma descida louca, onde o Lota ia "limpando" um carro tal era a velocidade que ía... Com o susto paramos e tomamos um cafezinho rápido para aquecer, estavamos já a 8km de Valença. Chegados a Valença ultima paragem em Portugal para um café e um doce :)

 Retomamos a viagem e passamos para Norte do rio Lima, entravamos em Espanha, mais precisamente em Tui. Voltamos-nos a perder, pois as setas indicavam um caminho de terra e para nós era impossível, e quando demos por ela estávamos na direção errada e já tínhamos feito uma dura subida... Volta para trás e lá nos encarreiramos novamente no caminho certo.
Tui
Paragem em Pontevedra
Saída de Pontevedra
Lá seguimos o caminho, e a chegar a Porriño a primeira baixa, o Lota ficava pelo caminho. Faltavam ainda 90km e estava eu e o Lopeky. Deixamos a mochila no carro, pois a Dulce apanhou-nos e fez-nos apoio (moral). Com um ritmo mais elevado lá fomos até Pontevedra, onde almoçamos num cafezito que por lá havia. 1hora depois voltávamos ao caminho e cada vez custava mais, estes últimos 56 km em estrada são muito duros, com várias subidas e as estradas são de loucos, com bastantes carros. A faltarem 15 km para o fim paramos numa fonte e arranjamos mais um parceiro para terminar a derradeira etapa, um ciclista local que nos ia dizendo o que por aí vinha... subida atrás de subida, mas que com o aproximar do termino já não custava tanto. Findas as subidas, heis que estamos a uns metros da Catedral, lá fomos passando pelas ruas estreitas que a circundam e lá demos de caras com a magnifica catedral de Santiago de Compostela... Está feito, valeu pelo esforço e um dia cá voltaremos... Foto da praxe e fomos à oficina do peregrino para encerrar oficialmente a nossa jornada. Depois de tomar um belíssimo banho quente e de descansarmos uma horita, fomos jantar... e que jantar!!! Para finalizar demos uma volta pela cidade e dormir, amanha voltamos para a terrinha...  

Grande peregrinação com 2 grandes amigos... Obrigado!!!